Apesar de a escola apresentar características específicas, ela não deixa de ser uma empresa, uma fonte de lucro. Sem recursos, a instituição não consegue cumprir sua preciosa missão, que é entregar aos seus alunos um ensino de qualidade! O grande desafio enfrentado pelos gestores escolares é a inadimplência. É simples entender que se há o descumprimento da responsabilidade financeira por parte dos responsáveis, cria-se um “buraco”, e a conta desse déficit não demora a chegar. A escola é responsável por manter o pagamento de inúmeros colaboradores, incluindo todo o corpo docente. Então, ela precisa do ganho para proporcionar a pontualidade e a satisfação salarial a todos eles e garantir profissionais de excelência em sua equipe.

Levando tudo isso em conta, diminuir a inadimplência é a estratégia-chave para que os índices de não pagamentos não causem impactos consideráveis e não coloquem em risco a sobrevivência da instituição escolar.

Hoje, preparamos um post com algumas dicas para você, mas, antes de trazê-las, vamos entender o que a lei diz a respeito desse assunto!

De acordo com a Lei n° 9.870/99, a escola não pode proibir o aluno de realizar provas escolares, reter documentos ou aplicar qualquer penalidade pedagógica por motivo de inadimplência. O desligamento do estudante só pode ser realizado no fim de um ciclo letivo, que pode ser anual ou semestral, como é o caso das instituições de ensino superior.

Ainda pela legislação, a escola pode recorrer ao Código de Defesa do Consumidor (CDC) para cobrar judicialmente a dívida, pois o vínculo criado se enquadra em uma relação de consumo. Nesse CDC, há um ponto importante: o artigo 42. Nele, está descrito que a cobrança dos débitos não pode ser realizada de uma forma que exponha o consumidor ao ridículo. Além disso, os devedores não podem ser submetidos a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Tratar esse assunto com muita prudência é crucial para que a escola evite grandes embates judiciais e transforme isso em um prejuízo ainda maior (financeiro e de imagem)!

DICAS IMPORTANTES!

1. Transparência

Mostrar antecipadamente aos responsáveis financeiros a conduta que a escola adotará em caso de inadimplência facilita, pois, dessa forma, eles ficarão cientes de como será o caminho. Crie uma espécie de manual ou algum documento e entregue-o no momento da matrícula. Além de mostrar o posicionamento empresarial aos responsáveis, um manual de práticas ajudará a padronizar as ações dos seus funcionários em situações de cobrança, por exemplo.

2. Cuidado

Cuide para que os débitos de cada família não se acumulem. Eleja um funcionário para ficar responsável por esse cuidado, pois quanto mais mensalidades atrasadas, mais difícil será de colocá-las em dia. Crie, então, algumas estratégias, como enviar notificação no celular dos responsáveis. Assim, eles serão lembrados sem exposição. Isso vale também para avisar que o vencimento está próximo, evitando que a mensalidade seja deixada de lado por um esquecimento.

3. Negociação

Ofereça a possibilidade de renegociação. Muitas vezes, um bom diálogo resolve questões pontuais e abre a possibilidade de quitação da dívida. Mostre que a escola está disposta a ajudar nesse momento delicado e ofereça novas condições de pagamento, algo que ainda não tenha sido utilizado, por exemplo:

• parcelamento sem juros, com ou sem entrada, ao longo de um tempo pré-estabelecido;
• parcelamento da dívida em prestações menores, com aplicação de juros;
• pagamento da dívida à vista, com redução de juros ou multas;
• estabelecimento de data de vencimento de acordo com a preferência do responsável.

Diversas questões podem levar à inadimplência! Esse problema, infelizmente, acompanha a história das escolas particulares, mas pode ser reduzido com bons planos de ação e muito diálogo.